terça-feira, 20 de julho de 2010

DESAGOSTO

trago um desgosto em mim desde menino
um não sei quê de angústia
talvez porque foi quase sempre meu destino
morar nas amuradas do mar

brinquei na areia
saltei das rochas
fui enrolado pelas ondas
e quantas vezes dei á costa na ilha dos tesouros

hoje sei
quando abro esse baú da infância
quantos tesouros lá deixei:
as gritarias, os pontapés na bola, os bichos-da-seda

hoje sei
aquela amargura que trago
só pode ser
da recusa de crescer
e persistir brincar ainda na praia vazia da minha meninice.






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