trago um desgosto em mim desde menino
um não sei quê de angústia
talvez porque foi quase sempre meu destino
morar nas amuradas do mar
brinquei na areia
saltei das rochas
fui enrolado pelas ondas
e quantas vezes dei á costa na ilha dos tesouros
hoje sei
quando abro esse baú da infância
quantos tesouros lá deixei:
as gritarias, os pontapés na bola, os bichos-da-seda
hoje sei
aquela amargura que trago
só pode ser
da recusa de crescer
e persistir brincar ainda na praia vazia da minha meninice.
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